De 2014 a 2016, realizou-se um projeto de dois anos na província de Arauco, no Chile: Arauco Sustentable.
O objetivo deste projeto estava de desenvolver um modelo de Eco-município baseado na experiência dos Eco-municípios suecos e no conceito de Eco-Municípios 5.0, que será adaptado às condições institucionais e sociais do Chile. O principal objetivo estava o desenvolvimento dos destinos de Eco-turismo e de turismo sustentável na província de Arauco, através da adaptação, transferência e implementação de um modelo de gestão público-privado.
Para isso, os membros da Arauco Sustentable identificaram 4 missões e os resultados esperados :
1. Desenvolver um modelo de Eco-município para destinos de ecoturismo: criação de recursos educacionais para treinar equipes municipais para criar destinos sustentáveis.
| ⇒ Um manual muito completo e muito claro para o “Estabelecimento de destinos turísticos sustentáveis de acordo com a abordagem dos Eco-municípios” foi escrito no final do projeto, está disponível aqui (em espanhol) |
2. Promover redes e « capacity centres »: criação de uma rede internacional de cooperação e 3 centros de treinamento/capacidade.
3. Aplicar o modelo de gestão de eco-municípios para destinos de turismo sustentável: elaboração e implementação de planos de ação para a gestão de destinos sustentáveis na província de Arauco.
⇒ No final do projeto preparatório em Arauco, foram elaborados 4 planos de ação para:
Cada um deles apresenta, em primeiro lugar, a visão de como a cidade deveria se tornar até 2020. Então, para cada um dos temas escolhidos em cada cidade, uma tabela apresenta o objetivo estratégico, a ação(s) prioritária(s), os meios, os responsáveis, os recursos financeiros e as fontes potenciais desses fundos. ⇒ Estes 4 planos de ação podem ser lidos aqui (em espanhol) |
4. Disseminar as lições e o modelo criado para configurar novos destinos de ecoturismo em todo o Chile.
Com a gestão de uma visão e agenda comuns para o desenvolvimento de destinos sustentáveis em Arauco, o projeto busca reunir iniciativas governamentais, comerciais, acadêmicas e sociais e, assim, criar arranjos institucionais. Isso ajudará a reduzir as assimetrias de informações e as incertezas para tornar os projetos de cada ator mais efetivos e melhorar a coordenação. Os membros do projeto esperam estimular o desenvolvimento de novas associações e empresas destinadas a manter os ativos locais públicos e coletivos que afetam a sustentabilidade do site.
O projeto beneficiará os municípios, empresas, universidades e organizações sociais e educacionais do setor de turismo em Arauco. A estimativa inicial da duração do projeto é de 24 meses, a partir de dezembro de 2014. A Innova Biobío participa financeiramente no projeto.
Instituições participantes:
Líderes do projeto:
Servicio Nacional de Turismo (SERNATUR)
Associação das Municipalidades de Arauco (Arauco 7)
Asociación de Empresários de Cañete (ASOEC)
Instituição envolvidas na implementação do projeto:
Universidade de Concepción (UdeC)
Co-executores do projeto:
Instituto Chileno de Permacultura (Instituto Chileno de Permacultura – ICHP)
Associação dos Eco-municípios suecos (SEKOM)
Associação Sustainable Sweden (SuS)
A equipe de Arauco Sustentável:
Jeanne W. Simon – Diretor
Eduardo Leteelier – Coordenador da Universidade de Concepción
Carlos López – Coordenador do Instituto Chileno de Permacultura (Instituto Chileno de Permacultura – ICHP)
História das relações entre a Suécia e o Chile
A história das relações entre a Suécia e o Chile começa com o golpe de estado de Pinochet em 1973 contra o presidente Salvador Allende. Centenas de milhares de cidadãos chilenos fugiram do regime ditatorial responsável por cerca de 40 mil vítimas de repressão.
Vários desses refugiados políticos foram bem vindos pela Suécia, onde possibilitaram um primeiro contato direto entre o Chile e a Suécia.
Um deles, Manfred Max-Neef, tornou-se um famoso economista e ganhou o « Right Livelihood Award », também conhecido como « Alternative Nobel Prize », em 1983. Ele foi uma das primeiras pontes na história das relações sueco-chilenas, e suas teorias influenciaram o conceito de eco-município. Particularmente em seu livro « The Living Economy », ele descreve as « Necessidades Humanas Básicas », também descritas no conceito de Eco-municipalidade 5.0.
A cidade de Valdivia, na região de Los Ríos, abriga a Universidade do Sul do Chile, que desempenhou um papel importante na criação de pontes e conexões entre os eco-municípios da Suécia e do Chile. Esta cidade foi fundada por refugiados alemães que fogem do fracasso da Revolução de 1848. Suas ideologias progressistas parecem ter sobrevivido na arquitetura e mentalidade dos habitantes atuais. Assim, a proximidade com os países nórdicos facilitou o primeiro contato aqui.
Uma das primeiras pontes entre os dois países também foi realizada por Alejandro Araya, que no momento trabalhava para o Serviço Chileno de Agricultura e Pecuária (Service Agrícola y Ganadero) e contatou a IEMEA em 2009. Nesta época, com o SAG, ele estava começando a implementar um projeto chamado « Eco-granja inclusiva », (eco-fazenda inclusiva).
Por um tempo, o CIPMA, o Centro de Investigação e Planejamento Ambiental, possibilitou o contato entre a Suécia e o Chile, mas após um fracasso em 2010, o projeto foi abandonado.
No mesmo ano, a CEAM, o Centro Transdisciplinario de Estudios Ambientales y Desarrollo Humano Sostenible (Centro Transdisciplinar de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Humano Sustentável) da Universidade do Sul do Chile organizaram uma conferência sobre Eco-municípios, reunindo mais de 2000 pessoas.
Juntamente com Valdivia e a região de Los Ríos, participaram 5 municípios do Valle del Maipo interessados nas oficinas com o IEMEA em 2010. Eles mostraram um interesse particular para empresas e negócios sustentáveis, integrados no modelo de Eco-município .
La Pintana, um dos bairros mais pobres de Santiago do Chile (a capital) também tem sido um parceiro próximo. Com a ajuda e coordenação de Manuel Valencia nos últimos 25 anos, o distrito criou um centro ambiental dedicado à reciclagem, cultivo, laboratórios químicos, produção de biodiesel, sistemas de purificação biológica de água, e centros de treinamento.
Finalmente, nos últimos anos, 4 outros municípios expressaram o desejo de se juntar ao movimento: Calera de Tango, Lo Prado e Isla del Maipo. Eles já perceberam que, para alcançar um projeto efetivo, os próprios municípios devem encontrar iniciativas e soluções.
